chitika

sexta-feira, 23 de novembro de 2012

Uma nova chance para o amor - cap 5



Capítulo 5


          ─ Vamos Larissa? – era Maria que já me arrastava em direcção à porta.
         ─ Calma Maria! Eu tenho pernas para andar e ainda falta a Fernanda.
         ─ Humm estás preocupada é? – fez cara de safada.
     ─ Vamos meninas? Larissa deixas o carro aqui na faculdade e vamos todas no meu. – Fernanda apareceu sem eu notar, o que fez o meu coração bater descompassadamente.
       Maria colocou um braço sobre os meus ombros e foi o caminho todo até ao carro a espicaçar-me. Fernanda olhava para nós e ria. Maria sabia ser verdadeiramente chata. A viagem decorreu tranquila, o clima estava animado. Maria não se calava um segundo e contava algumas aventuras hilariantes que lhe tinham acontecido. Chegámos rapidamente ao apartamento de Fernanda. Parámos o carro em frente ao portão esperando que o porteiro o abrisse. Rapidamente o portão foi aberto e o senhor, muito bem apresentado num smoking azul-escuro, cumprimentou-nos com um aceno. O prédio era um condomínio privado, com direito a piscina, a um jardim florido bastante bem cuidado e a estacionamento privado.
       Estava maravilhada com o que via. Viajei nos meus pensamentos e pude vislumbrar um ambiente bastante romântico que tinha sido criado ali mesmo naquele espaço. Sonhei acordada e suspirei mantendo uma esperança que em algum dia aquele ambiente romântico idealizado pudesse ser tornado real.
        ─ Eu tenho de passar por casa Fernanda. Não te importas que leve o teu carro e passe aqui depois? – acordei dos meus devaneios devido ao que a Maria tinha dito.
       ─ Como assim? Pensava que vínhamos todas arranjar-nos. Aliás, eu já estou arranjada, posso ir contigo Maria… - o meu olhar foi tão suplicante que até a Fernanda percebeu.
      ─ Podes. Serve-te do meu carro à vontade. Avisa-me quando voltarem. – Fernanda parecia desapontada.
        Percebi como estava a ser idiota. Parecia uma criança assustada, como se Fernanda me fosse obrigar a fazer algo que eu não queria. O olhar tristonho de Fernanda deixou-me de coração apertado e percebi que estava a fazer de tudo para me afastar dela quando ela procurava todas as desculpas para ficar perto de mim.
       ─ Fernanda espera, eu fico contigo. Assim será mais rápido, se não essa mocinha nunca mais se despacha. – lancei a língua à Maria e segurei no braço de Fernanda.
           ─ Até logo meninas. Portem-se bem. – Maria gritou com a cabeça fora da janela do carro.
           ─ Idiota. – murmurei, pensando que Fernanda não tinha ouvido.
          ─ É mesmo, mas ela é muito gente boa. – Fernanda deu uma gargalhada alta.
         ─ Pensei que não tivesses escutado. – as minhas bochechas ficaram rosadas por ter sido flagrada. – Acredito que ela seja mesmo. Não a conheço muito, mas o pouco que conheço diz-me que posso confiar.
          E em mim não podes confiar? Porque tens medo de mim?
         As perguntas apanharam-me de surpresa. Como é que ela podia pensar que eu tinha medo dela e que não confiava nela? Não esperava que ela fosse tão directa, mas eu também vacilei no carro. Pensei em como poderia contornar aquele assunto para que ela não percebesse como eu me sentia em relação a ela.
          ─ Medo de ti? Não, não! Eu só não queria incomodar-te.
        ─ Se eu te convidei é porque não incomodas… Agora vamos aprontar-nos para aproveitarmos a noite. – deu uma piscadela e sorriu sincera.
       Fernanda apresentou-me o prédio, deixando o jardim e a piscina para mais tarde. Todo aquele ambiente era muito confortável. Estava curiosa para saber se Fernanda morava sozinha ou acompanhada, mas não lhe ia perguntar até porque dentro de segundos eu iria ficar a saber e assim não havia perigo de a pergunta ser interpretada como tendo segundas intenções.
         Entrámos no apartamento de Fernanda e eu fiquei de boca aberta parada na entrada. Havia uma sala gigante com uma lareira muito bonita a um canto e um sofá preto que parecia tão confortável quanto caro. Uma mesinha estava no centro da sala e do lado contrário havia um outro sofá, mais pequeno. As paredes simples seguravam apenas uma TV e um quadro, bem peculiar. Uma mulher, quase nua, coberta em algumas partes apenas por um lençol branco. Não sabia dizer se era Fernanda ou não, mas as parecenças eram muitas.
         Ela deu-me tempo para assimilar todos os pormenores daquela divisão e apressou-se a apresentar as restantes. Levou-me para o quarto para a ajudar a escolher o vestido que ela ia usar.
         ─ Quem queres impressionar para vestir um vestido hein? Assim até me sinto mal por ir vestida assim… - uma leve pontada de ciúmes invadiu-me, mas tentei disfarçar e brincar com a situação.
        ─ Vem, ajuda-me a escolher e podes tirar o que quiseres, mas continuo a achar que estás óptima assim. - Fernanda apenas respondeu ao que lhe interessou e no fim deu um leve sorriso.
         Passei os olhos pelos vestidos que ela tinha no armário e decidi que iria adorar vê-la com o vestido preto justo e bem curto.  Foi esse mesmo que escolhi, tirei-o do armário e dei-lho para as mãos.
         ─ Este? É muito curto… Nós vamos só para uma festa da faculdade Larissa.
         ─ Disseste para te ajudar a escolher e essa foi a minha escolha. – fingi um ar chateado.
         ─ Chata.

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