Capítulo
7
Quando
chegámos à festa reparei que o bar estava completamente mudado. Não havia
vestígios das habituais mesas e cadeiras, o espaço estava transformado numa
pista de dança com luzes coloridas, uma mesa de DJ e o habitual bar. Algumas
pessoas já dançavam divertidas na pista. Maria puxou-me pela mão para o bar,
enquanto Fernanda a arrastava uns metros à frente.
Bebemos
três shots de alguma coisa que Maria escolheu, eram horríveis. Foi a vez de
Fernanda escolher os shots para bebermos e ao ritmo que íamos não ia demorar a
ficarmos alegres. Bebemos o segundo shot e foi a minha vez de escolher, pedi
Tequila. Tenho de admitir que sou fraca para a bebida e já sentia que não
estava completamente normal. Decidi aproveitar a noite, afinal não era todos os
dias que podia ter Fernanda tão perto e dedicada a mim.
─
Vamos dançar? – Fernanda falou-me ao ouvido.
Como
resposta arrastei-a e à Maria para a pista e começámos a dançar. A festa ia
ganhando cada vez mais pessoas e num espaço de pouco mais de meia hora o espaço
estava cheio. Quando íamos buscar bebidas mal dava para andar sem dar um
encontrão na pessoa ao nosso lado.
─ Eu vou
ter com uma pessoa, divirtam-se. – Maria disse e virou-me costas desaparecendo
no meio da multidão.
Senti um
braço envolver a minha cintura, alguém encostou-se a mim e começou um movimento
sensual. Pousei a minha mão sobre o braço que rodeava a minha cintura, coloquei
o pescoço para trás e correspondi ao movimento com os olhos fechados. Senti uns
lábios macios passearem levemente pelo meu pescoço, soltei um leve gemido, mas
como a música estava bastante alta ninguém percebeu.
Senti que
o carinho se transformou em beijos sensuais e eu já alterada pelo álcool
deixei-me levar. Ainda de costas coloquei os meus braços para trás envolvendo o
pescoço da pessoa que me agarrava. Senti a mão que rodeava a minha cintura
voltar-me de frente para a pessoa que me seduzia. Virei-me e abri lentamente os
olhos. Fernanda olhava-me com intensidade e desejo nunca antes visto por mim.
Sorri
levemente olhando no fundo dos seus olhos negros e misteriosos. A bebida não me
deixava ver com total clareza mas sabia que estávamos as duas entregues ao
momento. Rocei levemente os meus lábios nos dela e afastei-me para ver a
reacção que aquela intrepidez tinha provocado na Fernanda. Pousei a minha mão
na nuca de Fernanda e toquei-lhe os lábios com a ponta da língua e dei uma
mordida subtil no lábio inferior. Sorri levemente ainda com os lábios de
Fernanda entre os meus. Fernanda não demorou a tomar os meus lábios com os seus
e a aprofundar o beijo e eu deixei-me levar sem pensar nas consequências.
Afastámo-nos
lentamente olhando nos olhos uma da outra e abraçámo-nos com carinho.
Continuámos a noite a dançar e com muitos beijos pelo meio. Estava muito
excitada, Fernanda definitivamente sabia o que fazer para me deixar com um
sentimento de querer mais. E como desejava podes ter mais…
─ Vens
comigo? – Fernanda perguntou-me ao ouvido, mordiscando de seguida a minha
orelha.
─ Vou,
para onde? – o desejo falava mais alto e o álcool ingerido já provocava
estragos na minha consciência.
─ Vamos
para a minha casa…
Fernanda
não esperou a minha resposta, pegou na minha mão e arrastou-me atrás dela pelo
meio da multidão dando encontrões em todos os que se atravessassem no seu
caminho. Eu ria já visivelmente alcoolizada pela devastação que causávamos.
Fomos para o carro de Fernanda. Sabia que ela não tinha bebido assim tanto
quanto eu, certamente que ela estava apta para conduzir sem colocar a nós e às
outras pessoas em situação de perigo. Ela conduziu até casa e chegámos sem
grandes demoras, visto que o caminho a percorrer era rápido.
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